quarta-feira, 23 de março de 2011

Assassino em Silêncio (Bangkok Dangerous)

Existem filmes que as vezes não tem o devido reconhecimento, mas que tem uma fiel legião de fãs, são os chamados filmes "cult". Já vi vários casos em que realmente são obras que merecem ser conhecidas por um público maior.
Este filme aqui é considerado um cult, mas quer saber ? É melhor que fique restrito ao seu público já cativo, porque não tem absolutamente nada demais.

Na estória um assassino de aluguel surdo e mudo repensa sua vida de crimes ao se apaixonar por uma funcionária de farmácia. Claro que não será fácil largar essa vida porque seus empregadores não o deixarão sair facilmente do negócio.

Apesar de ser uma estória sem muita novidade, com o clichê do bandido em busca de vida normal e amor, é na ação e desenrolar das coisas que o filme deveria se diferenciar. De fato devo admitir que existem algumas cenas com estilo como a do metrô ou a visita de Kong à um covil de bandidos. Os irmãos Pang criaram algumas cenas de bom gosto visual. Mas sinceramente não vi nada de extraordinario ou empolgante pra merecer tanto alarde.
Tirando essas cenas citadas, o filme esfria várias vezes, perdendo tempo demais com os dramas pessoais do personagem. Faltou aos irmãos Pang equilibrar as coisas pra peteca não cair.
Pra quem acha que os irmãos Pang são bons diretores tem que ver os trabalhos de John Woo, Tsui Hark e Yuen Woo Ping que já fizeram coisa muito melhor e muito tempo atrás. O nível já era alto e os irmãos Pang não trouxeram nada de novo, nenhuma cena ou sequência de realmente cair o queixo. É um filme apenas razoável e assistível.
E pelo que dizem, a refilmagem desse mesmo filme, também dirigida pelos Pang, e protagonizada por Nicholas Cage é ainda pior. Então, se tiver curiosidade, melhor ver essa versão. Mas não espere nada de imperdível, porque não é. E depois de The Eye, essa é a última vez que os irmãos Pang tomam meu tempo.

O Prisioneiro (Island of Fire)

Apesar de se ver o nome de Jackie Chan escrito no alto da capa e o mesmo estar no centro da imagem, quem protagoniza o filme na verdade é o carinha à direita, Tony leung Ka Fai.
Esse filme foi um dos que Jackie fez como favor à Jimmy Wang Yu por tê-lo ajudado a se livrar dos problemas que teve com Lo Wei e a tríade chinesa. A participação dele é pequena, portanto acho uma safadeza vender o filme como sendo de Jackie, coisa que vai irritar alguns fãs desavisados disso.
Na estória o personagem de Tony Leung faz um policial que se infiltra numa prisão para desmascarar um esquema corrupto que usa presos para serviços sujos. Wang Yu faz o preso respeitado e tem certo controle sobre os demais. Jackie faz um bom sujeito que vai parar na cadeia depois de matar acidentalmente um cara em uma briga. O elenco conta ainda com Andy Lau que faz o irmão vingativo do cara morto por Jackie que arma uma situação para ir para a prisão também. E finalmente, Sammo Hung que faz uma vigarista que tenta diversas vezes escapar da cadeia para ficar com o filho.
É um bom filme. Ouvi falar tão mal que fiquei esperando uma porcaria de filme e acabei curtindo. Não é um filme ruim de forma alguma, funciona bem ao que se propõe. O negócio é assisti-lo como um drama policial, e não um filme de artes marciais. A estória é bem bolada e bem desenvolvida. Os personagens são bem trabalhados. E o elenco entrega uma performance de qualidade, fazendo com que se tenha muita simpatia por cada personagem, inclusive alguns coadjuvantes.
Voltando à Jackie, ele leva algum tempo a aparecer, e tem poucas cenas de luta, e as mesmas são apenas razoáveis, não se espere coreografia acrobática como em seus outros filmes, aqui é um lance mais comum. E quem dá a pitada cômica é Sammo, que faz um personagem engraçado e melancólico ao mesmo tempo. Quanto ao protagonista, Tony Leung, o cara é um bom ator e realmente não se cometeu injustiça alguma em coloca-lo no centro de tudo.
Enfim, tirando a picaretagem da forma como é vendido o filme, "O Prisioneiro" é um bom filme policial com uma boa dose de ação. Não é nenhuma vergonha para Jackie ter esse filme no currículo, mas só recomendo aos seus fãs de mente mais aberta. Se você só gosta do Jackie engraçado e acrobático, melhor ver outro filme. O mesmo serve para os fãs de Sammo.

domingo, 20 de março de 2011

Quem Não Corre Voa (The Cannonball Run)

Eu já vi muito filme ruim na minha vida, mas igual á este, é dificil descrever. "Lixo" é um adjetivo até leve pra esse monte de porcaria. A vontade que dá é de quebrar o disco.
A estória é meio parecida com a do desenho animado "corrida maluca", em que ocorre uma corrida cheia de pilotos exóticos e um tentando sabotar o outro pra vencer. Mas diferente do saudoso desenho, esse filme é um porre. Não se deixe enganar pelo estrelado elenco formado por Burt Reynolds, Roger Moore, Farrah Fawcett e Jackie Chan.
O filme é chato demais, um roteiro ridículo que mostra apenas os corredores se reunindo pra corrida em um hotel, depois mostra alguns deles durante a corrida, grande parte do tempo dedicado ao personagem de Reynolds e sua equipe, mas não há emoção alguma.
Onde estão os duelos de carros ? As perseguições ? Não há uma sequer. Só alguns acidentes ridículos por culpa dos próprios pilotos. As sabotagens de um piloto à outro, ou enganação das autoridades são tão ingenuas que só mesmo sendo muito burro pra acreditar no que está acontecendo. Inclui-se aí um investigador incompetente que tenta ser engraçado mas é totalmente ridiculo. E diálogos tenebrosos, coisa que até cineasta amador faz melhor.
O personagem de Reynolds que é o principal, não é nada carismático. O personagem de Moore faz alguma graça em suas cenas, mas é pouco aproveitado. Igualmente Jackie Chan, que tem pouquissimas cenas, quase não tem falas e tem algumas cenas rápidas de luta mas nada que ele já não tenha feito até mesmo em seus piores filmes.
É um alívio quando o filme acaba, pois por incrível que pareça, o filme dura quase 2 horas. Eu só vi mesmo esse filme por causa de Jackie Chan, e só assistindo mesmo pra ter noção da raiva que senti com cada centavo gasto com esse filme. Se quiser torturar alguém, amarre-o numa cadeira e coloque esse filme pra pessoa ver, será pior que obriga-la a ver filmes da xuxa. E tenho dito.

Guerreiro da Luz (The Restless)

Eu juro que me esforço pra gostar de filmes asiáticos de fantasia, mas está cada vez mais dificil assistir filmes desse tipo. "Guerreiro da Luz" é um filme coreano, até tem uma estória bacaninha de um guerreiro que após perder sua amada entra num batalhão de guerreiros conspiradores que desejam derrubar o governo vigente.
Após ser gravemente ferido ele vai parar em uma espécie de dimensão intermediária entre o mundo dos vivos e mortos. Lá ele conhece a guardiã do local, que muito se parece com sua amada e naturalmente passa a defende-la de seus inimigos, que são justamente seus antigos companheiros de combate que já morreram e que agora são seus adversários. Uma idéia bacana, mas que novamente tenho que dizer que foi mal desenvolvida.
Pra começo de conversa, mesmo pra quem vê apenas o trailer, fica fácil perceber que algumas cenas foram copiadas descaradamente da trilogia "O Senhor dos Anéis". Mas eu não me incomodo com isso. Também não me incomodaria com personagens voando ou com poderes especiais, se o contexto do filme permitisse isso.
Aí que está o problema desse e de outros filmes asiáticos. Os personagens principais são bem contraditórios nesse sentido. Em alguns momentos parecem super-heróis, praticamente voam e arrasam dezenas ou centenas de inimigos com habilidades especiais, para em outro momento se mostrarem fragéis e humanos fugindo, correndo e se defendendo de um único atacante de um jeito bem tradicional. Se tem habilidades especiais, por que não usa-las contra um adversário mais forte e perigoso ? Isso fica sem resposta em alguns momentos.
Sem falar que sob a justificativa de terem sido companheiros de batalha, alguns inimigos facilitam as coisas pro herói, facilitando até demais. Isso não me convence de jeito nenhum.
Outro problema, que já relatei em outros filmes, é o jeito de se levar a estória. Perdendo tempo em momentos que nada acrescentam e não tem nada de interessante, esfriando as coisas.
No fim, só posso dizer que o material era promissor, mas o resultado ficou muito abaixo do esperado. A única coisa realmente boa do filme são os efeitos especiais que são de alto nível e os belos figurinos de alguns personagens. Mas isso é muito pouco para justificar ver um filme assim.
Só recomendo mesmo quem gosta muito de filmes assim, e vale no máximo baixar o filme, até gastar dinheiro com locação é desperdicio de dinheiro.

terça-feira, 15 de março de 2011

Conduta Ilegal (ZigZag)

David Goyer é um dos melhores roteiristas de ação do mundo do cinema. É dele os roteiros da trilogia Blade, dos recentes filmes do Batman, entre muita coisa boa.
Mas como roteirista de drama ele é muito fraco. E ainda por cima resolveu dirigir, no que também se mostrou fraco.
A estória de "Conduta Ilegal" é sobre Zig Zag, um adolescente com problemas mentais que vive com seu violento pai, e tem muita habilidade em decorar números. Ele decora os números do cofre do dono do restaurante onde trabalha e rouba o dinheiro. Pra sair dessa ele conta com a ajuda de Singer, um cara bem intencionado que faz de tudo para ajuda-lo seja no que for.
Estórias com personagens com problemas mentais costumam render bons filmes. Mas esse aqui é diferente. Zig Zag não é um personagem carismático e nem um pouco nobre. Tá certo que ele não bate bem das idéias, mas bem que o roteiro poderia ajudar a criarmos alguma simpatia pelo jovem, mas não, a única coisa que dá pra ter pena é das surras que leva do pai, interpretado decentemente por Wesley Snipes. Que aliás, pouco dá as caras, mostrando que explorar o nome e imagem dele na capa é uma tremenda safadeza e enganação com seus fãs.
Falando de interpretações, o resto do elenco formado pelos conhecidos John Leguizamo e Oliver Platt, além do protagonista bem interpretado por Sam Jones III (Smallville) se sai bem.
Mas a trama em geral é sonolenta, sem nada que desperte interesse, nem mesmo no final quando as coisas realmente acontecem.
Em resumo, é um filme muito chato. Tão chato que uma duração de quase 2 horas chega a ser uma tortura. O desgosto é tanto que não fiz menor questão de manter esse filme em minha coleção de filmes de Wesley Snipes, até porque como falei, ele quase não aparece.
É duro dizer isso, mas até novela da Globo é melhor que isso. Passe longe !

The Eye - A Herança (The Eye)

Na estória do filme, uma moça cega desde os 2 anos de idade faz um transplante de cornéas para voltar a enxergar. Mas junto com a benção de poder enxergar o mundo que a cerca, ela verá coisas que não gostaria.
Insistentes vultos e assombrações de pessoas que vão morrer avisando o que está por vir, uma habilidade herdada de "brinde" da dona anterior das cornéas.
O mocinha terá então que investigar sobre a vida da doadora e ver uma forma de parar isso antes que enloqueça totalmente. Afinal, quem é que ia gostar de ficar vendo fantasma todo santo dia, até na hora que vai no banheiro ? Porque nem essa hora eles respeitam.
Esse filme de terror tem uma idéia muito boa e que até certo ponto foi bem explorada. Tem alguns momentos tensos e assustadores, em especial as cenas no elevador, no ônibus e no hospital.
Os atores são fracos, e não tem carisma, e isso faz muita diferença nesse tipo de filme. Pois se não se cria simpatia pelos protagonistas, como torcer por eles ? Mas o problema maior é a direção dos tão falados irmãos Pang que deixou muito a desejar.
Foram competentes em cliar o clima nas cenas assustadoras, mas foram péssimos em tornar interessantes todo o restante da trama, em especial a investigação que desvenda porque tudo está acontecendo. Sem falar que boa parte da culpa das fracas performances do elenco é a omissão deles, que poderiam ter exigido mais da interpretação de seus comandados.
É isso que ainda está faltando aos filmes de terror asiático, mais emoção, e não estou falando de gritos histéricos, correria, e sim, interpretação.
Só recomendo mesmo esse filme a quem não tiver nada melhor pra fazer e quiser sentir alguns arrepios. Mas pra isso tem coisa muito melhor tipo filmes da década de 80 e 90.
Existe uma refilmagem americana, e desconfio que seja um pouco melhor que essa versão original. Esse filme tem também 02 continuações chamadas "Visões", e "Visões 2", as quais não pretendo ver pela má impressão deste.