sábado, 30 de julho de 2011

A Espada Sem Sombra (Shadowless Sword)

Eu sinceramente já estava desistindo de ver filmes coreanos de fantasia. Mas resolvi dar uma chance à esse por se tratar do mais bem avaliado por aí. E de fato foi o que chegou mais perto de me agradar. Infelizmente não foi dessa vez que isso aconteceu, e olha que faltou pouco.
O filme tem uma estória clichê em que um clã de assassinos domina um reino matando todos os membros da familia real, até que resta apenas um príncipe com possibilidade de fazer frente à eles. Os fiéis ao rei enviam então uma emissária para encontrar o príncipe e leva-lo em segurança ao local ainda dominado pelos mocinhos.
Apesar de meio manjada a estória é bem desenvolvida. Com boa distribuição de momentos em que conhecemos um pouco dos personagens, ação e drama. A maioria dos atores desempenha muito bem seu papel, especialmente os 4 personagens principais (príncipe, guardiã, e os 02 caçadores assassinos). O filme tem boas lutas com uso inteligente de cabos, ótimos efeitos especiais e algumas cenas bem elaboradas. O problema é que quando tudo caminhava pra um filme totalmente bem sucedido o roteiro estraga tudo no final com algo profundamente desagradável e com alternativa melhor.
Essa opção do roteiro e direção acaba trazendo enorme decepção, e tenho certeza que dificilmente alguém que assista o filme pensará diferente. Mas para aqueles que tem enorme curiosidade, acho que vale uma conferida.
Agora eu digo: parei mesmo com os épicos coreanos !

A Marca do Dragão (To Kill with Intrigue)

Este foi um dos primeiros filmes de Jackie Chan como protagonista, o segundo dele com o famoso diretor e produtor Lo Wei, que desejava transformar Jackie no sucessor de Bruce Lee, mas da forma errada.
Infelizmente para Jackie, Lo Wei lhe dava péssimos personagens em estórias fajutas e sem sentido, só usadas como desculpa pra pancadaria. Mas esse filme em especial é uma pérola do ridículo e do absurdo.
Na estória os pais de Jackie são assassinados por uma mulher que diz estar se vingando do pai de Jackie por tê-la deixado orfã, e que se alia à um clã rival do clã do pai de Jackie com o único proposito de mata-lo. Até aí tudo bem. A confusão começa quando a assassina poupa Jackie por ter se apaixonado por ele durante a batalha e passa a persegui-lo e assedia-lo. Jackie rejeita a mulher, mas em momento algum pensa em vingança. E a contradição aumenta quando Jackie se alia à membros do clã de seu pai pra combater o clã rival com todo vigor.
Quer dizer que o clã rival merece todo o ódio dele, mas a responsável direta pela morte de seus pais não ? Não vou nem contar o resto dos absurdos da estória pra não estragar a surpresa de ninguém. Mas que esse roteiro é esquisito e furado é. Sem falar na frieza total do personagem de Jackie com a mulher que o ama, mas que depois inexplicavelmente volta a ter seu interesse.
Pra completar o desastre do filme temos efeitos especiais bem trash, e rompantes de super herói em que os personagens podem voar ou saltar grandes distâncias, pra depois "perderem" tais habilidades em momentos até mais necessários. Quanto às coreografias de luta, elas são bem genéricas e simples. Nessa época Jackie não tinha liberdade nenhuma pra desenvolver seu estilo nas lutas ou no humor, e sua atuação nesse aspecto fica muito limitada à apenas uma ou outra expressão engraçada, e algumas pequenas acrobacias especialmente no jeito em que ele recebe os golpes.
Enfim, um filme apenas recomendado aos fanáticos por Jackie Chan, que não ligam muito pra qualidade ruim de alguns de seus filmes. Ainda que esse seja superior à algumas porcarias feitas pra hollywood.

O Guerreiro Genghis Khan (Mongol)

Pra se fazer um filme de mais de 2 horas funcionar é preciso ter uma estória interessante pra se contar. Genghis Khan tem uma história interessante, mas que foi muito mal aproveitada aqui.
Tudo bem que a intenção original do diretor era fazer uma trilogia, sendo este portanto a primeira parte da estória. Quando soube que não teria financiamento pras outras partes finalizou esse de uma forma mais ou menos convincente.
O problema mesmo é que é um filme lento, arrastado, com um ou outro momento que gera interesse, mas que esfria facilmente e aos poucos vai cansando porque nada parece acontecer. Talvez na tentativa de guardar tudo pras outras partes o diretor deixou o filme muito pobre em ação e perdeu muito tempo com todo o sofrimento que Genghis Khan sofreu antes de se tornar o famoso conquistador. E isso foi um erro tremendo, pois a maior lição deixada por outras trilogias de sucesso é que já no primeiro filme você precisa jogar iscas interessantes e deixar o espectador empolgado com o que há por vir.
E infelizmente ao fim do filme o que se sente é alívio por ter acabado. Pois pelo menos nesse filme, duas horas e alguns minutos pareceram uma eternidade. Dificilmente haveria interesse em se ver as continuações. Uma pena pois é um personagem histórico de grande potencial.
Para quem tiver interesse assim mesmo é melhor esperar passar na tv aberta ou fechada, pois infelizmente não vale nem o dinheiro da locação.

Trilogia Street Fighter (Street Fighter)

Pra começo de conversa, esses filmes nada tem a ver com o famoso jogo de videogame. Street Fighter é uma série de filmes protagonizada por Sonny Chiba, cultuado astro de filmes de karatê que inclusive participou de Kill Bill no papel de Hattori Hanzo.
Street Fighter é inclusive o trabalho mais famoso de Chiba. Talvez por isso minha expectativa fosse grande, e não foi nem parcialmente atendida.
Os filmes são bem trash, claramente produções de baixo orçamento, com alguns efeitos que chegam a ser engraçados. São extremamente violentos com Chiba arrancando fora olhos, tripas e tudo mais que puder, além de causar fraturas em seus inimigos de causar inveja à Steven Seagal.
Mas não é isso que estragou os filmes. O que estragou foi a atuação exagerada e ridícula de Chiba, que fica fazendo poses, caras e bocas totalmente ridículas. Aí não dá pra levar a sério um filme assim. Talvez se Chiba fizesse mais a linha do cara durão mas sem afetações a coisa teria funcionado.
Só merece mesmo ser conferido por quem é fanático por artes marciais e deseja conhecer o lado trash do estilo. Porque fora isso, não há nenhum motivo pra ver esses filmes. Perdi algumas horas preciosas do meu tempo.