sexta-feira, 21 de maio de 2010

A Promessa (The Promisse)

Mais uma vez fui enganado por um trailer. A montagem do trailer desse filme é esperta, mostra cenas belas e grandiosas e parece que estamos diante de um épico inesquecível envolvendo batalhas e um quarteto em conflito amoroso.
Mas como diz o próprio nome do filme, tudo não passa de promessa. As cenas belas estão lá, as batalhas também e até ficaram legais, mas não tão grandiosas e empolgantes como se pensava.
"A Promessa" tem uma idéia muito interessante, mas mal explorada de uma garota que troca sua vida ordinária por uma vida nova e uma beleza capaz de conquistar o desejo de todos os homens, mas com a condição de nunca poder concretizar seu amor com nenhum deles.
Os atores são bons, a fotografia do filme é bela, assim como os figurinos são de fazer inveja à Hollywood. Mas há um exagero nos efeitos especiais nas cenas de ação que cria uma contradição inaceitável, pois em alguns momentos os personagens são quase super-heróis, e em outros parecem ser meros mortais. Além disso a trama demora a engrenar com momentos dispensáveis. O quarteto amoroso não existe, pois um dos personagens em momento algum demonstra afeto pela garota, o que contradiz seu poder de sedução. O que existe é o tradicional triângulo amoroso que nem foi bem explorado, pois só dá mesmo pra simpatizar com um dos pretendentes da mocinha.
Filmes chineses de fantasia podem sim ser exagerados e funcionar como vou resenhar futuramente, mas aqui, assim como em "Batalha dos Deuses" as coisas não funcionam.
Mas pelo menos em "A Promessa" os temas são tratados com seriedade e por isso considero que seja um filme razoável e assístivel, diferente do purgante que é"Batalha dos Deuses".
Só recomendo a ver quem gosta muito do estilo Wuxia, com o pessoal voando e fazendo coisas extraordinárias. Mas é bom que não se espere muita coisa para não se decepcionar como eu.

A Lenda do Mestre Invencível (Drunken Master II)

Este filme é uma sequência de um dos primeiros e maiores sucessos de Jackie Chan, "O Mestre Invencível". Mas não é obrigatório ver o primeiro filme pra entender e curtir esse. Eu confesso que não gostava de Jackie antes desse filme por ter visto somente alguns de seus filmes americanos que são bem produzidos mas são fracos como filmes de artes marciais. Mas sempre ouvi falar que seus filmes chineses são os que realmente valem a pena, e de fato, é a pura verdade, pois se esse filme não me fez um fanático por Jackie Chan, mudou muito meu conceito sobre ele.
O filme narra uma das aventuras de Wong Fei Hung, lendário herói chinês que já foi interpretado por muitos atores, sendo mais conhecido na interpretação de Jet Li.
Nesta aventura, Fei Hung se envolve involuntariamente com os ingleses que estão tentando roubar artefatos históricos da China e que são protegidos por um velho mestre.
Na primeira metade do filme predomina um clima leve de comédia de artes marciais bem no estilo da Shaw Bros. E justamente por não gostar do estilo Shaw Bros, achei essa parte muito comum e até certo ponto desinteressante. Já na segunda metade a coisa fica tensa com a rebelião de funcionários de uma fábrica dominada pelos ingleses, a pressão sobre o pai de Fei Hung para vender sua propriedade e uma caçada impiedosa ao guardião dos artefatos e seu novo aliado, Fei Hung.
Para derrotar seus oponentes, Fei Hung usa a técnica do Drunken Boxing que consiste em beber horrores para poder aplicar golpes imprevisíveis. E é aí que o filme pega fogo de vez e tem seus grandes momentos. As lutas nessa metade final são realmente muito boas com uma coreografia digna da fama de Lau Kar Leung e Jackie Chan, muito complexa e de muita beleza ao mesmo tempo. A luta final de Jackie com Ken Lo (seu guarda-costas na vida real) é excelente e emocionante. Não é à toa que é considerada por muitos fãs e pelo próprio Jackie uma das melhores lutas finais de sua vasta carreira, o que mesmo sem ter visto uma penca de seus filmes preciso concordar de imediato.
O filme ainda tem a presença do veterano do estúdio Shaw Bros, Ti Lung e da cantora e atriz Anita Mui, como pais de Fei Hung. E na direção e no papel de guardião dos artefatos chineses está o grande Lau Kar Leung, um dos melhores diretores e coreografos do cinema de artes marciais que fez um ótimo trabalho nas coreografias e na condução do filme.
Não é um dos melhores filmes de artes marciais que já vi, mas com certeza vale uma conferida por qualquer amante do gênero.